quarta-feira, novembro 03, 2010

Grupo Afro Reggae - Uma herança cultural

O grupo Afrô Reggae foi ao Colégio Pedro II em outubro de 2010. Além de querer saber mais um pouco de sua História, identificamos os valores africanos presentes em suas músicas.
Fundado em 21 de janeiro de 1993, o Grupo Cultural AfroReggae foi criado para transformar a realidade de jovens moradores de favelas utilizando a educação, a arte e a cultura como instrumentos de inserção social. O embrião do projeto foi o jornal AfroReggae Notícias, cuja primeira edição circulou em agosto de 1992. O informativo – distribuído gratuitamente e sem anunciantes – logo se tornou um canal aberto para o debate de ideias e de problemas que afetam a vida de negros e pobres.
Em 29 de agosto daquele mesmo ano ocorreu a Chacina de Vigário Geral, na qual 21 moradores inocentes foram assassinados. Um mês depois, os produtores do AfroReggae Notícias chegaram à favela de Vigário Geral oferecendo oficinas de percussão, capoeira, reciclagem de lixo e dança afro para os moradores dali.
Desde então, o Grupo Cultural AfroReggae investe no potencial de jovens favelados, levando educação, cultura e arte a territórios marcados pela violência policial e pelo narcotráfico. Ao longo de seus 17 anos (que serão completados no dia 21 de janeiro de 2010), o AfroReggae vem utilizando atividades artísticas, como percussão, circo, grafite, teatro e dança para tentar diminuir os abismos que separam negros e brancos, ricos e pobres, a favela e o asfalto, a fim de criar pontes de união entre os diferentes segmentos da sociedade.





O Samba nasceu no morro.
O Funk nasceu no morro.
Qual é o problema do Pedro ter nascido no morro?
 




ENTREVISTA AO GRUPO AFRO REGGAE

Entrevista Afro Reggae (nenhuma palavra foi modificada do que o entrevistado falou).
Felipe: Qual a importância do grupo em suas vidas?
A.R:  A importância do Afro Reggae especialmente na minha vida,é que ele fez mudar totalmente da vida que eu levava antes. O Afro Reggae me fez ser auto sustentável. Fez com que eu fosse um homem de verdade,com que eu fosse responsável.Não é só estar no palco,não é só de ter o nome Afro Reggae. Acho que a importância também é desde o momento em que faz as pessoas se sentirem melhor,satisfeitas e felizes.

Felipe: As músicas de vocês são tipicamente africanas,não são?
A.R.: Na verdade,nossas músicas eu posso dizer que são afro brasileiras,e a gente também não deixa de ter nossas origens africanas,entendeu?  Na verdade,o povo brasileiro hoje também tem um pouco da África quando se fala de música. Acho que assim,o Afro Reggae tem um pouco de música africana sim.

Felipe: Vocês buscam algum tipo de influência africana,brasileira? Quais ?
A.R: Na verdade,temos diversas influências afro brasileiras. Temos o samba-reggae,o samba,entendeu? A gente pega essas influências e transforma. A gente costuma dizer que temos uma identidade própria, pois a gente não pega aquela música como referência e transforma em outra.

Felipe: Eu gostaria que você comentasse a importância da cultura africana na nossa cultura.
A.R: (risos).Eu posso dizer que somos o que somos hoje porque a África que deu o pontapé inicial nessa história. Quando a gente fala de música africana,chega a arrepiar. A gente aprendeu muito com a música africana e sua história. Posso dizer que é uma coisa forte. Posso dizer que sem a cultura africana, não seríamos o que a gente é hoje. O Olodum não seria,o Afro Reggae não seria. A África é Brasil também.



Por Felipe da Silva, Luiza Gibson e Mara Freire



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